Pesquisadores
dizem que composto no chá verde inibe vírus da zika
Pesquisa
é feita em Rio Preto (SP) em parceria com universidade do MT.
Foram seis meses de testes; pesquisadores usaram um composto
natural.
Publicado
em: 28/07/2016
Pesquisadores de São José do Rio Preto
(SP) e do Mato Grosso dizem que chegaram a um composto que conseguiu
inibir o vírus da zika, transmitido pelo mesmo mosquito da dengue e
chikungunya, o Aedes aegypti. O trabalho é inédito no Brasil e foi
publicado em uma revista científica internacional. O trabalho é uma
parceria entre a Unesp de Rio Preto, a Famerp (Faculdade de Medicina
de Rio Preto) e a Universidade Federal de Mato Grosso.
Foram seis meses de testes e os pesquisadores contam que usaram um
composto natural encontrado no chá verde: o epigalo catequina
galato. Eles isolaram o zika e aplicaram o composto que inibiu a
entrada do vírus na célula. “É um avanço importante, pioneiro porque
é o primeiro resultado mundial em relação ao inibidor. Publicamos em
uma revista cientifica e podemos provar que há um inibidor sim ao
vírus da zika”, afirma a virologista Paula Rahal.
O composto do chá verde já tinha se mostrado eficaz no combate a
outros vírus como o do HIV e o da hepatite C. Agora também se
mostrou uma arma poderosa contra o vírus da zika. O próximo passo
agora é verificar a eficácia do composto em animais. A ideia é que
esses novos testes comecem ainda neste ano. “Quanto mais rápido a
descoberta melhor para que seja lançado no mercado um possível
medicamento”, diz a virologista.
O vírus da zika foi confirmado no país em abril de 2015. Até o dia
11 de junho deste ano foram registrados mais de 165 mil casos no
Brasil e quatro mortes. Só em Rio Preto, cidade onde é realizada a
pesquisa, foram 287 casos, sendo 53 em gestantes.O zika também está
relacionado ao nascimento de crianças com microcelafia.
Todos os bebês que nasceram no município depois que as mães
contraíram o vírus estão sendo acompanhados e não apresentaram
nenhuma anormalidade. “Se provar que o inibidor é bom para humanos,
pode até ser utilizado em grávidas, porque o inibidor não causa
nenhum efeito na formação do bebê e passa pela placenta”, afirma
Paula.
Para quem já sofreu com a doença, a notícia da possibilidade de um
medicamento é um alívio. A analista financeira Graziela Soares teve
que ficar uma semana afastada do serviço, sem falar no susto quando
soube que era zika. “Assustei bastante porque era tudo muito novo,
ninguém sabia das sequelas, os outros sintomas. Fiz o exame da
dengue e não deu nada e a segunda hipótese era do zika. O corpo
ficou ruim, você fica indisposta”, afirma.
Além do vírus da zika, Rio Preto também faz parte de uma das etapas
dos testes da vacina contra a dengue, também transmitida pelo Aedes
aegypti. No mês passado, voluntários começaram a receber as doses e
100 pessoas já foram vacinadas.
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