Colesterol
alto atinge cerca de 40% da população
Publicado em:
31/07/2014
Em 8 de agosto é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol,
um problema que afeta severamente cerca de 40% dos adultos e 20% dos
jovens, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Como é silencioso, o colesterol só pode ser detectado através de
exames laboratoriais. “O colesterol elevado não provoca sintomas,
nem mesmo quando começa a formar placas de gordura nas artérias e
sua primeira manifestação pode ser um infarto do miocárdio ou um
Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, alerta o presidente da Sociedade
Paranaense de Cardiologia, Dr. Osni Moreira.
Segundo o cardiologista, o colesterol pode não gerar complicações,
mas ajuda a desenvolver doenças cardíacas. “Trata-se de um fator de
risco, que é como atravessar a rua sem olhar: não obriga a ser
atropelado. Atropelamento na calçada é falta de sorte. Atropelamento
por atravessar a rua sem olhar é falta de juízo”, compara.
Dr. Osni Moreira explica que para identificar e tratar as
complicações, é preciso avaliar as alternativas de procedimento,
levando em consideração o contexto clínico. “O médico pode solicitar
um eletrocardiograma até um cateterismo cardíaco ou uma tomografia
cerebral”, afirma.
Existem dois tipos de colesterol: o LDL, conhecido como colesterol
ruim, que em níveis altos pode formar placas de gordura nas
artérias, prejudicando a passagem de sangue e causando infarto do
miocárdio ou acidente vascular cerebral; e o HDL, também chamado de
colesterol bom, que ajuda a reduzir a formação de placas de gordura
no sangue, mas em baixos níveis também pode originar doenças
cardiovasculares.
“Para um adulto saudável, os valores do colesterol total devem ficar
abaixo de 200 mg/dl, sendo o HDL acima de 40 mg/dl, e o LDL abaixo
de 160 mg/dl. Para pessoas com fatores de risco (diabético, fumante
ou obeso mórbido) ou que já tiveram algum problema cardiovascular,
como um infarto por exemplo, o valor do LDL deve ficar abaixo de 100
mg/dl, sendo o ideal abaixo de 70 mg/dl”, esclarece o cardiologista.
Esse mal pode ser genético ou se desenvolver por conta de outras
doenças, como doenças da tireoide. “Existem erros de metabolismo por
mutações herdadas que interferem na ação de algumas enzimas,
causando o aumento do colesterol, mas, também algumas doenças, como
uma disfunção da tireoide ou certas medicações, que podem elevar
bastante seu índice. Quando é possível tratá-las ou retirar os
remédios, o colesterol se aproxima muito mais dos valores
adequados”, explica.
O cardiologista afirma que os principais cuidados que devem ser
tomados são fazer exames para identificação do nível de colesterol e
verificar como pode ser tratado. “Por último, devem ser tomadas
medidas de tratamento do colesterol elevado propriamente dito, que
caem em três grupos: reeducação alimentar, otimização de atividade
física e medicações. Toda essa sequência é coordenada pelo médico do
paciente”, explica.
O presidente da SPC lembra que o paciente que tem tendência a ter
colesterol alto deve sempre prezar pela saúde e se importar com sua
qualidade de vida e não com os remédios que terá que tomar. Outra
dica que o Dr. Osni Moreira dá é para que as pessoas não busquem
recuperar o tempo perdido através da atividade física. “Se o médico
recomendou que fosse realizada uma caminhada de 30 minutos, cinco
vezes por semana, e chega sexta-feira sem ter caminhado nada, ele só
deve fazer os 30 minutos daquele dia e não às duas horas e meia da
semana”, ensina.
Com relação à alimentação, o cardiologista é enfático. “Se a dieta
não estiver correta, pare e corrija. O malefício causado pelos erros
dietéticos já está feito e, a partir do momento em que se entra no
tratamento, é preciso fazer uma reeducação alimentar”, afirma. Para
ele, a nutrição pode ser comparada a um carro na praia. “Se eu deixo
o carro parado na beira da praia por uma semana, a ação da maresia
já se fez e não é reversível. O que pode ser feito é corrigir os
pontos de ferrugem, o que, na verdade, é tratar as complicações”,
exemplifica.