As ameaças
ocultas da infecção vaginal mais comum
Vaginose
bacteriana, fácil de ser tratada com antibióticos, mas difícil
de ser detectada,
pode levar a parto
prematuro e aborto.
Publicado em: 22/04/2015
Amanda Butler, uma britânica de 42
anos, teve uma gravidez normal até o rompimento da bolsa na 25ª
semana.
Pouco depois do incidente, Amanda descobriu que o parto prematuro
foi provocado por uma infecção comum que muitas vezes nem é
percebida pela mulher.
A vaginose bacteriana, ou VB, é a infecção vaginal mais frequente em
mulheres com idades entre 15 e 44 anos e é causada quando há uma
quantidade excessiva de certos micro-organismos que provocam o
desequilíbrio bacteriano na vagina.
Se não for tratada, esta infecção pode causar partos prematuros,
problemas de fertilidade e um risco maior de contrair outras doenças
sexualmente transmissíveis.
Um dos problemas da vaginose bacteriana é que, em algumas situações,
o problema não é diagnosticado devido à ausência de sintomas.
Os sintomas, quando presentes, são: secreção vaginal branca ou
acinzentada e pouco espessa, cheiro, dor, coceira ou dor na vagina.
Algumas mulheres também apresentam um forte cheiro de peixe,
especialmente depois de manter relações sexuais.
"Há provas que sugerem que, se não for tratada, a vaginose
bacteriana pode provocar problemas durante a gravidez", disse à BBC
Mundo Eduardo Cortés, especialista em ginecologia e obstetrícia do
Kingston Hospital NHS Foundation Trust, da Grã-Bretanha.
Segundo Cortés, as complicações na gravidez relacionadas à VC são:
- Parto prematuro
- Aborto (sem ser no primeiro trimestre)
- Rompimento mais cedo da bolsa amniótica
- Infecção das membranas que formam a bolsa e o líquido amniótico
- Infecção e inflamação do revestimento do útero depois do parto.
"Durante a gravidez é normal que ocorra mais secreção vaginal, mas
no momento em que a grávida notar algo diferente, deveria ir ao
médico", afirmou o especialista.
Cortés afirma que "uma vez diagnosticada, a vaginose bacteriana é
muito fácil de tratar com antibióticos".
Doenças e infertilidade
Também há provas de que a vaginose bacteriana aumenta o risco de
contrair doenças sexualmente transmissíveis.
"Isto acontece provavelmente devido a uma mudança no equilíbrio
bacteriano dentro da vagina, que reduz a proteção contra estas
doenças", disse Cortés.
E, apesar de a ligação entre os dois problemas não estar clara,
algumas evidências sugerem que a VB também pode aumentar o risco de
desenvolvimento da doença inflamatória pélvica, um problema que pode
afetar o útero, trompas e outras partes do aparelho reprodutor
feminino.
Se esta doença for diagnosticada precocemente, também é possível
tratá-la com antibióticos.
"Estima-se que entre 10% e 20% das mulheres que sofrem desta
infecção correm risco de desenvolver problemas de infertilidade",
disse Cortés.
Entre os sintomas do problema estão:
- Dor na pélvis ou no abdome inferior
- Incômodo ou dor durante relações sexuais
- Sangramento entre menstruações ou depois de relações sexuais.
Apesar de causas da vaginose bacteriana serem desconhecidas, uma
pesquisa recente da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos,
sugeriu que as mulheres que usam gel e sabão para lavar as partes
íntimas correm maior risco de desenvolver a doença.
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